OS LUSÍADAS
Luís de Camões
Adaptação de Lino de Albergaria
Editora Paulus
Sinopse:
Publicado em 1572, Os Lusíadas é considerado o maior poema épico da língua portuguesa. Nele, Camões canta as conquistas de Portugal, as glórias dos navegadores, os reis do passado… A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, descrevendo-se outros episódios da história de Portugal, que, no tempo de Camões, era uma potência mundial graças à exploração, por via marítima, de novas rotas comerciais. Ao longo da narração da história, são também contadas intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na ação dos heróis, numa sucessão de episódios bélicos, mitológicos, históricos, simbólicos e líricos.
A coleção Encontro com os Clássicos apresenta adaptações dos grandes clássicos da literatura universal para os leitores jovens. O objetivo é favorecer um primeiro contato com essas obras por meio de linguagem acessível às novas geraçôes, preservando o enredo e as principais características de cada obra, motivando o gosto pela boa leitura e pelo aprofundamento no conhecimento dos clássicos e de seus autores.
Trecho:
Capítulo: GAMA CONTRA-ATACA
adaptado por Lino de Albergaria
“Porém não tardou muito que, voando,
Um rumor não soasse com verdade:
Que foram presos os feitores, quando
Foram sentidos vir-se da cidade.
Esta fama as orelhas penetrando
Do sábio Capitão, com brevidade
Faz represália nuns que às naus vieram
A vender pedraria que trouxeram.
Eram, estes, antigos mercadores,
Ricos em Calecute e conhecidos.
Da falta deles, logo entre os melhores
Sentido foi que estão no mar retidos.
Mas já nas naus os bons trabalhadores
Volvem o cabrestante e, repartidos
Pelo trabalho, uns puxam pela amarra,
Outros quebram com o peito duro a barra.
Informado da armadilha, Vasco da Gama mandou aviso aos dois portugueses que permaneciam em terra para voltarem, escondidos, para as naus. Mas os mouros, vigilantes, os prenderam.
Alguns comerciantes ricos de Calicute, certamente sem saber dos planos do catual, foram até as naus portuguesas, tentando vender suas pedras preciosas. Foi a oportunidade da qual se valeu Gama. Aprisonou-os, e mandou içar as velas, preparando a partida da esquadra.
Avisados do que ocorria, os familiares dos prisioneiros recorreram ao samorim, que, apesar dos protestos dos maometanos, mandou que os portugueses regressassem com sua mercadoria às naus em troca da libertação dos reféns hindus.
Quando finalmente partiu, Vasco da Gama levava para Portugal especiarias compradas por intermédio de Monçaide e também os malabarenses que vieram escoltar os dois portugueses, embarcados à força. Convertido ao cristianismo, Monçaide se juntou aos viajantes.”