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Textos didáticos – Português na Ponta da Língua

PORTUGUÊS NA PONTA DA LÍNGUA
Coleção didática de Português de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental
Co-autoras: Márcia Fernandes e Rita Espeschit
Editora Dimensão – Belo Horizonte
2000

Sinopse:
A coleção Na ponta da língua traz uma proposta inovadora e afinada com as recentes discussões sobre o ensino de Língua Portuguesa. A inclusão dos temas transversais como módulos de organização do livro leva em consideração os interesses dos jovens, o que se percebe através dos textos escolhidos e das atividades propostas, que buscam contribuir para a construção ética dos sujeitos em convívio, numa sociedade democrática.

Os textos apresentam-se articulados nas unidades segundo uma lógica que combina temática e diversidade textual, e criam assim uma composição coesa, investida de sentidos, onde operam relações intertextuais, retomadas e remissões.

As atividades respeitam a variação lingüistica e salientam a importância da adequação da linguagem aos objetivos do locutor/escritor, ouvinte/leitor. Atividades de leitura, de produção de texto e de conhecimentos língüisticos integram-se harmoniosamente no conjunto, seja ativando situações comunicativas do contexto social de uso da língua, seja incentivando a reflexão e a construção de conceitos, através de observação e análise.

Pressupostos teóricos bem definidos e devidamente citados em bibliografia permitem aos professores o reconhecimento das bases que orientam as atividades, para que possam interferir no processo da aprendizagem do qual são mediadores.

Maria Zélia Versiani Machado

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Antologias – Micros Beagá

MICROS BEAGÁ
Lino de Albergaria
Editora Pangeia
Antologia
2021

Números maiúsculos em uma obra ímpar marcam este Micros-Beagá (Editora Pangeia):

270 microcontos
54 autores, com fotos e biografias
Micro-Apresentação e Mini-bibliografia
Ao menos 15 revelações
Cerca de 20 autores amplamente consagrados
Em torno de outros 15 autores já reconhecidos por crítica e público
O organizador é um dos maiores especialistas em microconto do país

Micros-Beagá, sem dúvida, é um marco editorial e uma referência para a literatura brasileira de nossos dias.

Com cinco microcontos, Lino de Albergaria está presente nesta coletânea, intitulada Micros-Beagá, organizada por Rauer Ribeiro Rodrigues e publicada pela Editora Pangeia

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Antologias – Travessias singulares

TRAVESSIAS SINGULARES
Pais e filhos
Antologia organizada por:
Rosel Bonfim Doares
Casarão do Verbo

Sinopse:
E assim é. Há pais e filhos que vivem relações pautadas por perguntas, diálogos e respostas. Mas há também aqueles que nunca se entendem, sendo assim condenados, por eles mesmos, a uma convivência (ou ausência) calada e cruel. Eu penso na Carta ao pai, de Kafka. Ou ainda no inesquecível enfrentamento que se dá entre pai e filho no romance Lavoura Arcaica, de Raduan Nasser… Pais e filhos, taciturnos ou loquazes, têm me interessado ao longo da minha vida de leitor. Jamais esqueço o dia em que li Mar de Azov pela primeira vez. Chovia em Salvador no momento em que eu terminava a leitura do conto e eu sentia que precisava sair do apartamento para extravasar toda a euforia que o texto havia me proporcionado. Fui andar pelas ruas, ébrio de imagens, sem me importar com a chuva.

O conto de Hélio Pólvora representou não apenas o diálogo que por muito tempo quis encontrar na relação com meu pai, mas também a primeira grande inspiração para um dia reunir em livro os textos que agora você tem nas mãos.

Trecho:
Cap. Procurar e perder

Excerto de “Em nome do filho”, páginas 30-37 publicado pela Editora Lê, Belo Horizonte, 1993.

“Quando fui procurar Nado, escolhi de propósito um sábado.
Para mim um dia de folga, para Marília de muito trabalho, pelo menos durante a manhã. Eu queria estar sozinho com Bernardo.
Pensava realmente em levá-lo para a publicidade. O que sempre vi como a minha perdição se mostrava agora o caminho da salvação de meu filho. Já tinha sondado os fotógrafos que prestavam serviço à agência para ver se aceitavam Nado. Mas tudo dependia da vontade dele. E eu gostaria que desta vez Marília não estivesse no meio.

Por isso acordei mais cedo, mal me incomodei com a presença de Marilene, ainda dormindo ao meu lado. A separação também não ia demorar. Entrei no carro meio ansioso, pensando se não ia tirar o menino da cama. Mas preferia acordá-lo. A me arriscar a chegar tarde e encontrar a casa vazia.


Nado tinha acabado de acordar. E pelo visto tencionava voltar pra cama.

– Oi – ele me abriu a porta, com um jeito contrariado.
– Desculpa eu ter vindo tão cedo… – tentei dar uma explicação mas ele me impediu.
– Senta um pouco aí na sala e me dá um tempo.

Vi que ele levou um copo de suco para o quarto. Então achei estranho que estivesse enrolado num lençol O suco era para quem estava com ele.

Nado voltou vestido e notei alguém entrando no banheiro.
Ele veio se sentar à minha frente.

– Parece que a gente está um pouco solene hoje – eu disse.
– É que eu estava acompanhado…
– Você tem uma mãe muito liberal. Marília nem deve se incomodar com suas aventuras.
– Não é bem assim. Na verdade ela não ficou sabendo.

Ela já estava dormindo, quando a gente chegou ontem à noite.
A Marília ainda é um pouco careta… Minha vida sexual, ela prefere não comentar e vejo que ela fica… sei lá, meio chateada com esses lances…

– Pois não é o que ela passa pra mim.
– Mãe é assim, defende sempre o filho lá fora. Mas em casa quebra o pau com ele.”

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Antologias – Machado de Assis – contos e recontos

MACHADO DE ASSIS – CONTOS E RECONTOS
A cartomante
recontado por Lino de Albergaria
Editora Salesiana

Sinopse:
Existe uma distância a separar o jovem leitor, não de Machado de Assis, mas do Brasil em que ele viveu e da linguagem utilizada na época. Este livro procura vencer tal barreira.

São sete contos do repertório machadiano recontados por diferentes autores. E depois de receber Machado no século XXI, o leitor vai se sentir estimulado a faz\er o percurso inverso: visitá-lo no século XIX.

Trecho:
Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo.
E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava a incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando. (Machado de Assis)


– Não acredito mesmo! – comentei com o motorista. Ele, ao lado, me lançou um olhar curioso.
– Não acredito em videntes nem em cartomantes – expliquei.

Estávamos presos num engarrafamento. O calor infernal fez com que eu deixasse aberta a janela do táxi. Esquivando-se entre os carros que mal se movimentavam, o garoto continuava distribuindo seus folhetos. Um deles estava em minhas mãos.

“Ajuda espiritual. As cartas do tarô favorecem suas questões amorosas, financeiras ou de trabalho.” Um nome feminino, o número de um celular e um endereço seguiam-se ao texto, em letras menores e mais claras. Aliás, a rua e o número situavam-se bem perto daquela esquina. Por isso entendi a presença do garoto que tratava de arrumar clientes para a mulher de nome tão pouco sugestivo. Cláudia. Em vez de Cassandra ou Lúcia.

– Discordo do senhor – disse o motorista.
– Para você, então, as cartas não mentem jamais? – perguntei com um sorriso que acompanhava a ironia de minhas palavras.
– Nunca ouviu falar das profecias de Nostradamus? Nem do terceiro segredo de Fátima?
– Claro que já, só que não acredito em nada disso.
– Moço, eu acredito. Minha mãe era médium vidente.
– Não é mais?
– Ela morreu, mas sempre tinha sonhos premonitórios.

No mais estranho, sonhou como iria morrer, com quase todos os detalhes.

– Você conhece essa Cláudia? – perguntei.

Não que eu tivesse a mais remota curiosidade sobre o trabalho dessa mulher. Mas estava mesmo preso naquele táxi. Na verdade, nem tinha tanta pressa em terminar minha viagem. Não estava muito convencido de que deveria atender ao chamado de Vilela, o amigo de quem me afastara, por causa de Rita. Vilela e Rita ainda estavam casados, ela me dizia que ele nunca lhe daria o divórcio, por isso tomava todo o cuidado para esconder nossos encontros. Eu até achava melhor assim, nem queria a Rita só para mim. Aceitei logo que nosso caso permanecesse em segredo, sem nunca entender ou checar o ciúme exagerado daquele amigo de adolescência. Ciúme para mim era coisa de outra época. Ou de literatura. Coisa para Dom Casmurro se torturar com a infidelidade de Capitu, que ninguém podia provar. Ou para Otelo destruir Desdêmona e a si mesmo, graças às intrigas de lago.”

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Adaptação: O fidalgo Dom Quichote de La Mancha

O FIDALGO DOM QUICHOTE DE LA MANCHA
Miguel de Cervantes Saavedra
Adaptação de Lino de Albergaria
Editora Paulus

Sinopse:
Dom Quixote de La Mancha, criação de Miguel de Cervantes, é um livro que fala de livros e leituras, mostrando um herói enlouquecido, que decide viver como personagem de um gênero já superado, as novelas de cavalaria, de grande sucesso no período medieval. Este texto é considerado a obra-prima da literatura espanhola.

Trecho:
“Na região da Espanha chamada Mancha, em uma aldeia esquecida e empoeirada, vivia um fidalgo empobrecido em companhia de uma sobrinha, de uma criada e de um rapaz que cuidava de um único cavalo e do trabalho no campo. Muito magro, com pelo menos cinquenta anos, tinha o sobrenome de Quixada, Quesada ou Quixana.

Seu grande interesse era a centena de livros que colecionava em sua biblioteca, decorada por uma lança e um escudo há muito aposentados. Quando se punha a ler, esquecia-se de caçar ou de cuidar de suas poucas terras, como faria um fidalgo comum.”

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Adaptação: A divina comédia

A DIVINA COMÉDIA
Dante Alighieri
Adaptação de Lino de Albergaria
Editora Paulus

Sinopse:
Poema épico e obra-prima de Dante Alighieri, que começou a escrevê-la provavelmente por volta de 1307, concluindo-a pouco antes de sua morte, em 1321. A obra é um poema narrativo de cunho teológico rigorosamente simétrico e planejado, que mostra a longa viagem do personagem principal pelo Inferno, Purgatório e Paraíso.

Trecho:
“No meio do caminho de minha existência, extraviado da direção correta, me vi perdido numa selva escura. Perambulava por um vale solitário, onde só encontrava luz no sol que refletia, a alguma distância, na encosta de uma colina. Sentia meu coração apertado pelo medo. Para sair dali, decidi subir o monte parcimoniosamente desvelado pela claridade. A frágil luz do dia trouxe-me alento para combater a angústia que aumentava à medida que meus olhos ainda eram atraídos pela selva sombria.”

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Adaptação: Os Lusíadas

OS LUSÍADAS
Luís de Camões
Adaptação de Lino de Albergaria
Editora Paulus

Sinopse:
Publicado em 1572, Os Lusíadas é considerado o maior poema épico da língua portuguesa. Nele, Camões canta as conquistas de Portugal, as glórias dos navegadores, os reis do passado… A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, descrevendo-se outros episódios da história de Portugal, que, no tempo de Camões, era uma potência mundial graças à exploração, por via marítima, de novas rotas comerciais. Ao longo da narração da história, são também contadas intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na ação dos heróis, numa sucessão de episódios bélicos, mitológicos, históricos, simbólicos e líricos.

A coleção Encontro com os Clássicos apresenta adaptações dos grandes clássicos da literatura universal para os leitores jovens. O objetivo é favorecer um primeiro contato com essas obras por meio de linguagem acessível às novas geraçôes, preservando o enredo e as principais características de cada obra, motivando o gosto pela boa leitura e pelo aprofundamento no conhecimento dos clássicos e de seus autores.

Trecho:
Capítulo: GAMA CONTRA-ATACA
adaptado por Lino de Albergaria

Porém não tardou muito que, voando,
Um rumor não soasse com verdade:
Que foram presos os feitores, quando
Foram sentidos vir-se da cidade.
Esta fama as orelhas penetrando
Do sábio Capitão, com brevidade
Faz represália nuns que às naus vieram
A vender pedraria que trouxeram.

Eram, estes, antigos mercadores,
Ricos em Calecute e conhecidos.
Da falta deles, logo entre os melhores
Sentido foi que estão no mar retidos.
Mas já nas naus os bons trabalhadores
Volvem o cabrestante e, repartidos
Pelo trabalho, uns puxam pela amarra,
Outros quebram com o peito duro a barra.


Informado da armadilha, Vasco da Gama mandou aviso aos dois portugueses que permaneciam em terra para voltarem, escondidos, para as naus. Mas os mouros, vigilantes, os prenderam.

Alguns comerciantes ricos de Calicute, certamente sem saber dos planos do catual, foram até as naus portuguesas, tentando vender suas pedras preciosas. Foi a oportunidade da qual se valeu Gama. Aprisonou-os, e mandou içar as velas, preparando a partida da esquadra.

Avisados do que ocorria, os familiares dos prisioneiros recorreram ao samorim, que, apesar dos protestos dos maometanos, mandou que os portugueses regressassem com sua mercadoria às naus em troca da libertação dos reféns hindus.

Quando finalmente partiu, Vasco da Gama levava para Portugal especiarias compradas por intermédio de Monçaide e também os malabarenses que vieram escoltar os dois portugueses, embarcados à força. Convertido ao cristianismo, Monçaide se juntou aos viajantes.”

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Adaptação: O príncipe e o mendigo

O PRÍNCIPE E O MENDIGO
Mark Twain
Adaptação de Lino de Albergaria
Editora Paulus

Sinopse:
Tom Canty é um menino pobre e maltratado de Londres. Edward Tudor é o Príncipe de Gales, herdeiro do trono da Inglaterra. O livro, ambientado na Inglaterra do século XVI, narra a história dos dois, quando em uma confusão eles trocam de lugar. É uma história interessante, em que os leitores poderão conhecer um pouco da Inglaterra daquela época e de sua realidade social, econômica e política.

A coleção Encontro com os Clássicos apresenta adaptações dos grandes clássicos da literatura universal para os leitores jovens. O objetivo é favorecer um primeiro contato com essas obras por meio de linguagem acessível às novas geraçôes, preservando o enredo e as principais características de cada obra, motivando o gosto pela boa leitura e pelo aprofundamento no conhecimento dos clássicos e de seus autores.

Trecho:
Capítulo: O DESAPARECIMENTO DO PRíNCIPE
adaptado por Lino de Albergaria

“Depois de ordenar a Hendon que lhe despisse os farrapos e o colocasse na cama, o rei adormeceu, não sem antes determinar ao seu cavaleiro que dormisse encostado na porta, para guardá-la. Acordou pelo meio-dia, sendo descoberto pelo companheiro que o media com um cordão.

– O que está fazendo?
– Já terminei. Durma de novo! Tenho o que fazer lá fora.

Enquanto Edward voltava a dormir, Miles foi comprar uma roupa completa para o jovem, de segunda mão, mas que o deixaria aquecido e com um aspecto limpo. Ele tinha decidido levar o menino até o castelo de sua família, confiando na generosidade do pai e de Arthur para acolhê-los.

Como a roupa tinha ficado grande, ele mesmo tentou consertá-la, embora não fosse tão hábil com a agulha. Em dois ou três dias, imaginava, chegariam ao seu destino. Decidiu acordar o rapaz, assim que terminou a tarefa, mas não percebeu nenhuma resposta, nem nenhum movimento na cama. Puxou as cobertas e descobriu que o príncipe tinha desaparecido.”