Acesse a Página do Facebook do Lino: Lino 30 anos
Trinta anos de literatura levam a pensar como um leitor se tornou autor e também como os dois (o que lê e o que escreve) continuam existindo. Nessas três décadas, Lino de Albergaria publicou mais de 80 livros, uns poucos para o público adulto, a maioria para o público juvenil.
Para que Lino de Albergaria publicasse suas primeiras histórias, aos 35 anos, houve uma longa preparação. Antes foi ouvinte de narrativas intrigantes lidas pela professora no final da aula ou dos discos de contos antigos comprados pelo pai, logo se deixando fascinar pelo oriente e a caverna de tesouros de Ali Babá, acessível pela senha mágica das palavras certas.
Desde que começou a ler, pegou a mania de levar para a cama as páginas de papel que se prendem pela beirada numa espécie de caixa, fácil de ser aberta e pronta a revelar surpresas em série até que os olhos se fechem e o sono venha.
O conteúdo dos livros foi também motivo de vários anos de estudo na área de Letras, da graduação ao doutorado. A concepção e a fabricação dos livros, o objeto que deve chegar ao leitor, foi razão de outros estudos e uma aventura na França, seguidos de mais alguns anos de prática profissional como editor, trabalhando em diferentes cidades.
Trinta anos e mais de oitenta livros levaram ao convívio com várias centenas de personagens, em tantos cenários de aparência real ou puramente imaginária, que continuam existindo no papel e agora em versão eletrônica, criando elos com quem os descobre e às vezes lhes reserva um pequeno lugar em sua memória.
Quem escreve quer ser lido. Ser reconhecido pelo leitor vale o esforço de uma vida. Os livros são um passaporte afetivo entre quem escreve e aqueles que o leem e decifram as intenções do escritor.
Tantos escreveram antes de Lino e continuarão, obviamente, a escrever depois dele, cada um cativando seus leitores a seu modo. Segue a história, com seus inumeráveis capítulos irrompendo uns dos outros, envolvendo os que sentirão o mesmo prazer e compromisso com a literatura, esse perplexo fingimento sobre a vida que torna o mundo mil e uma vezes mais interessante.